Hey, pessoal!
Há alguns dias atrás anunciei aqui no Blog nossa primeira parceria com um autor. Trata-se de Vitor Mendes, autor que tem como obra de estreia o livro "O Pentagrama", que já foi resenhado aqui no LO. Então, ainda nesse ritmo de parceria fizemos uma entrevista com o autor para descobrirmos um pouco melhor como se deu o processo de criação da obra, e para sabermos dos próximos lançamentos do escritor. Vamos conferir:
1.
Como surgiu a ideia de criar a obra com esse enredo?
Tudo
começou como uma brincadeira entre colegas de sala, na escola,
quando eu tinha 13 anos. Sempre escrevi livros e pretendi tornar-me
escritor, e uma grande amiga minha também gostava muito de escrever.
Combinamos de trocar, diariamente, capítulos de nossos livros.
Líamos as histórias um do outro e tecíamos comentários, que se
estendiam em longas conversas. No ano seguinte, perdi o contato com
ela, mas continuei escrevendo. Vale acrescentar que, no início, não
havia planos de a história tomar o rumo que tomou. Eu tinha noções
de alguns acontecimentos, e do final, mas as coisas simplesmente se
encaixaram conforme prossegui com a escrita. Diversas passagens foram
inspiradas em minha vivência de estudante, na época.
2.
Como se deu o trabalho de pré-produção? Muitas pesquisas,
entrevistas, leituras?
O
trabalho pesado se deu na pós-produção. Por ter começado sem
pretensão alguma, como uma brincadeira entre colegas, não me
esforcei durante a escrita. Foi em 2010, ao concluí-lo, que
começaram as revisões, pesquisas, conversas, contatos, etc. Foram
quatro anos só revisando e lapidando cada capítulo, cada parágrafo.
Neste processo, ao ler a história toda pela quinta e sexta vezes, é
que cortei trechos, acrescentei metáforas, detalhes, citações. A
versão inicial tinha mais de 111 mil palavras, em contraste com a
versão final, com pouco mais de 90 mil.
3.
O ambiente escolar foi inserido na obra por conta da sua profissão
de professor de línguas? Ou não existe nenhuma relação entre sua
profissão e a escolha da escola como pano de fundo do livro?
Realmente
não existe nenhuma relação com a questão profissional, foi
puramente um reflexo do período no qual o livro foi escrito.
4.
Por mais de uma vez, Sarah se refere aos seus sentimentos,
principalmente em relação a Alex e a Bruno, como ondas. Essas ondas
seriam uma espécie de concretização da sensibilidade adquirida
pela personagem após a primeira investida do invocador?
Excelente
dedução! O livro está repleto de metáforas que podem ser
interpretadas como uma relação das personagens com a magia. A
questão das “ondas” é, de fato, uma sensibilidade referente ao
sentimento que Sarah nutre. Assim como o vento gelado que Alex sente
tem a ver com seu jeito desconfiado, por vezes frio.
5.
No excerto abaixo percebemos uma referência a um trecho da famosa
obra “O Pequeno Príncipe”. Essa referência realmente existe? Se
sim, quais motivos lhe levaram a usar esta obra como referência, ou
especificamente, esta frase?
“Alex,
querido, você tem que aprender que tudo aquilo que um dia nós
cativamos — aproximou-se ainda mais — torna-se nossa
responsabilidade.“ (Pág: 188)
Foi
intencional. Por muitos anos tive um preconceito besta com “O
Pequeno Príncipe”, e até mesmo era resistente quanto a lê-lo.
Foi na Bienal de 2012 que o comprei para uma pessoa muito especial e,
somente este ano, em 2014, é que eu o li. Preciso registrar que
minha reação ao terminá-lo foi espantosa. Fiquei devastado, chorei
por horas. Durante uma semana inteira eu o reli, todas as noites,
inteiro. Decidi prestar uma singela homenagem a essa obra da qual me
tornei tão fã, citando-a em meu romance de estreia.
6.
Senti falta do desfecho do personagem Bruno. Isso realmente acontece
ou deixei passar na leitura? Qual o destino do personagem?
Bem
observado. Algumas personagens como Bruno e Débora, que em “O
Pentagrama” foram apenas secundárias, ganharão maior destaque na
sequência (“O Valete Negro”).
7.
Já enviou seu texto para alguma editora? Se não, deveria!
Já.
Da maioria delas não obtive respostas. A Novo Século indicou “O
Pentagrama” para publicação, mas eu teria que bancar uma parte
alta da tiragem e, sendo um universitário que trabalha para garantir
seus estudos, não foi possível. Decidi, então, lançar-me por
conta própria, através do Clube de Autores.
8.
Como citamos na resenha, existe um gancho que permite a criação de
uma continuação da história. É sua intenção dar continuidade a
história?
Sim!
Sempre fui fanático por séries, devido ao laço que se cria com as
personagens e os lugares. Ao todo, para esta série, tenho planos
para mais três livros (mas nada impede que existam mais).
9.
No final do livro, temos um belo panorama do seu futuro como
escritor. Em dezembro, Caça-sustos e para 2015, o Valete Negro. Em
que fase está a produção dessas obras?
“Caça
Sustos” já está pronto há pelo menos dois anos. Trata-se de um
“conto estendido de terror”, como gosto de defini-lo. Foi escrito
como uma homenagem às obras cinematográficas e literárias de
detetives e mansões mal-assombradas, e conta com um meticuloso
trabalho de arte. A intenção é que seja lido à noite – de
preferência uma chuvosa e repleta de trovões –, de uma só
vez.
Já “O Valete Negro” é a sequência de “O Pentagrama”, e diria que estou nos 60% de sua completude.
Já “O Valete Negro” é a sequência de “O Pentagrama”, e diria que estou nos 60% de sua completude.
10.
É possível delinear as semelhanças e diferenças entres os
lançamentos futuros e a obra “O Pentagrama”?
Sim.
“Caça Sustos” é um conto de terror, que se passa na década de
70. Todas as personagens são adultas e, como uma característica do
conto é um espaço menor de tempo, não há um desenvolvimento muito
grande da protagonista. Por isso, considero mais interessante uma
comparação apenas entre “O Pentagrama” e sua sequência, “O
Valete Negro”. No primeiro, há muito da questão da adolescência
com resquícios de puberdade. Existe uma preocupação grande com a
questão escolar e, além disso, é o primeiro contato do leitor com
as personagens. No segundo livro, aspectos completamente diferentes
são trabalhados, e Alex, Sarah e o resto da turma estão se
preparando para o vestibular e para ingressar numa faculdade. É a
transição da adolescência para a fase adulta, repleta de
constatações e impulsos, mudando tudo. De modo geral, “O Valete
Negro” tem um tom mais sério.
11.
Por fim, deixe uma mensagem aos seus leitores.
Agradeço
muito a todos que leram e estão lendo “O Pentagrama”. Criar
histórias e compartilhá-las é o que sinto mais prazer em fazer, e
espero poder continuar por muitos e muitos anos.
Mais uma vez, agradecemos ao autor por confiar no nosso blog e por nos presentear com uma obra tão bem escrita e envolvente. Além disso, registramos também nossa ansiedade pela instigante continuação de "O Pentagrama", assim como por "Caça Sustos".
:D
Oi Raimundo, como vai?
ResponderExcluirTambém tenho parceria com o autor e o livro dele é um dos próximos que eu vou estar lendo.
Só ainda não li porque me assustei com a diagramação. As letras são minúsculas.
Foi legal conhecer mais sobre o autor.
Abraços,
www.enquantoestavalendo.com
Oi, Marcelo!
ExcluirTudo bem, e vc?
Recomendo que leia logo que puder, pois o livro é muito bom. Você já viu a nossa resenha? Se não, dá uma olhadinha e me diz o que acha: http://legereoculis.blogspot.com.br/2014/09/resenha-12-o-pentagrama.html.
Sempre bom te encontrar por aqui!
Oi Raimundo, tudo bem?
ResponderExcluirComecei a ler o livro do Vitor, mas ta em e-book e eu tenho sérios problemas p ler hahahah, mas adianto que estou gostando, cheio de mistérios =)
Adorei a entrevista!
Bjos!
www.leituravipblog.com
Olá!
ExcluirTudo bom sim, e contigo?
Somos dois! Também tenho esses probleminhas com E-book, mas a leitura foi tão boa que avançou rapidamente e não deu tempo nem de eu cansar muito da leitura. Também adorei o livro e cohecer um pouquinho mais do autor e do seu processo criativo.
Grande beijo!